domingo, 31 de janeiro de 2010

Educação e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Viver em sociedade não é naturalmente muito agradável, ainda mais quando se observa a ausência de alguns requisitos básicos, dentre eles educação e respeito. Infelizmente as coisas se deram às avessas: primeiro a 'vida em comum' e depois os valores. O mundo ainda não estava preparado. Por isso, também, é que vivemos nessa baderna! Na falha do núcleo básico, que é a família, e na atuação de um Estado insuficiente e que prioriza medidas de contenção no lugar das de prevenção, o que tem cheiro, gosto e aparência de medidas eleitoreiras - mas que não são (haha), consolidamos o chamado samba do criolo doido - é uma boa definição. Misture-se a isso o pecado preguiça, que é uma chaga que corrói o bom senso e deixa a vida muito mais cansativa.

Te irrita ir ao supermercado, encarar uma fila e ter quer retirar o carrinho do jumentóide que atrapalha a sua passagem? Caixa preferencial para 10 (dez) volumes, mas pode 11 ou 12, né? Te dói os cornos quando em um transporte coletivo você se depara com um fanfarrão esparramado no assento delimitando lugares e evitando que outra pessoa se acomode - prática adotada pelos cachorros ao urinar em postes, paredes e árvores? E jogar lixo no chão - "só um papelzinho de bala"? A falta de consciência remete nossos pares à idade das cavernas. Aliás, nem Fred e Vilma descartavam assim os resíduos.

É necessário sim ser razoável. Mas abrir mão de uma conduta saudável e aguentar posições anti sociais? Não, aqui não. Ninguém defeca na minha cabeça.

Não fosse a tolerância - reticente assim.


Até mais!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pai Nosso de Frei Betto

No ensino fundamental não consegui escapar da tortura de "Alucinado Som de Tuba", de Frei Betto. Apesar de penoso não lembro de uma frase sequer do livro. Neste caso, quem apanhou esqueceu. Ao menos consegui fugir de "O Vencedor".

Ademais, o que sei sobre o Frei é que atuou para a efetivação da estrovenga política chamada "Fome Zero", defendida com unhas e dentes por nossa atual Administração - leia-se PT e aproximados -, como a solução da fome, desnutrição, desigualdade social e re-reeleição. Nada mais sei sobre 'a figura' - alcunha minimamente atribuível.

Surpreendi-me ao me deparar, na internet, com um Pai Nosso elaborado (editado) pelo próprio Frei. Pois é, ele achou que "O Filho do Cara" foi insuficiente, mandou mal, entendem? Deu umas pinceladas no texto, introduziu palavras que ao menos, vá lá, 70% da população não entenderia, caprichou ao rebuscar os termos. É isso aí, ele deu uma mãozinha ao Cara. Malandro! Abaixo segue o texto na íntegra, para o qual limito os meus comentários ao que seguiu supra, excetuado pelo termo "bizarro".

Até mais!


Pai-nosso que estais no céu, e sois nossa Mãe na Terra, amorosa orgia trinitária, criador da aurora boreal e dos olhos enamorados que enternecem o coração, Senhor avesso ao moralismo desvirtuado e guia da trilha peregrina das formigas do meu jardim,

Santificado seja o vosso nome gravado nos girassóis de imensos olhos de ouro, no enlaço do abraço e no sorriso cúmplice, nas partículas elementares e na candura da avó ao servir sopa,

Venha a nós o vosso Reino para saciar-nos a fome de beleza e semear partilha onde há acúmulo, alegria onde irrompeu a dor, gosto de festa onde campeia desolação,

Seja feita a vossa vontade nas sendas desgovernadas de nossos passos, nos rios profundos de nossas intuições, no vôo suave das garças e no beijo voraz dos amantes, na respiração ofegante dos aflitos e na fúria dos ventos subvertidos em furacões,

Assim na Terra como no céu, e também no âmago da matéria escura e na garganta abissal dos buracos negros, no grito inaudível da mulher aguilhoada e no próximo encarado como dessemelhante, nos arsenais da hipocrisia e nos cárceres que congelam vidas.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje, e também o vinho inebriante da mística alucinada, a coragem de dizer não ao próprio ego, o domínio vagabundo do tempo, o cuidado dos deserdados e o destemor dos profetas,

Perdoai as nossas ofensas e dívidas, a altivez da razão e a acidez da língua, a cobiça desmesurada e a máscara a encobrir-nos a identidade, a indiferença ofensiva e a reverencial bajulação, a cegueira perante o horizonte despido de futuro e a inércia que nos impede fazê-lo melhor,

Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e aos nossos devedores, aos que nos esgarçam o orgulho e imprimem inveja em nossa tristeza de não possuir o bem alheio, e a quem, alheio à nossa suposta importância, fecha-se à inconveniente intromissão,

E não nos deixeis cair em tentação frente ao porte suntuoso dos tigres de nossas cavernas interiores, às serpentes atentas às nossas indecisões, aos abutres predadores da ética,

Mas livrai-nos do mal, do desalento, da desesperança, do ego inflado e da vanglória insensata, da dessolidariedade e da flacidez do caráter, da noite desenluada de sonhos e da obesidade de convicções inconsúteis,

Amemos.

Iniciando

Sempre tive a idéia de ter um lugar para expor o que penso, mas por vários motivos deixei isso de lado. Não é o momento mais apropriado para abrir e manter um blog, contudo decidi enfrentar isso de vez por todas, nesta oportunidade motivado pela incrível vontade de me manter ativo o maior tempo possível. É um espaço aberto à discussão, tendo sempre por norte o respeito e a educação. Curto dessa forma fica aqui o primeiro post, pois tenho uma monografia inteira pela frente.
Até mais!