sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Eleições II - Pais do povo

Em que pese o notado esforço dos "marqueteiros" e da bela produção das campanhas efetuadas pelos partidos que estão no pleno gozo do vultoso capital privado que financia as suas campanhas, a idéia do continuísmo pregado exaustivamente pelo Partido dos Trabalhadores, além da exaltação dos personagens Lula e Dilma, são, no mínimo, ridículas. Estou fazendo uma anti-campanha? Não tenho legitimidade para fazer isso, mas cada um enxerga o que quer.

Quanto ao continuísmo é rebarbativo dizer que a estruturação da política administrativa brasileira não começou em 2002; que isso vem de antes; etc. etc. etc., mas que desgraçadamente o atual governo vem atribuindo somente a si os méritos do crescimento brasileiro. É uma hipocrisia sem tamanho. É o "modo de vida" escolhido pelos petistas, qual seja aquele fundado em mentiras.

Igualmente bizarro é o Partido dos Trabalhores trazer à tona o populismo pastelão. Sempre se exalta a figura do candidato, claro, é a propaganda. Alguns exageram e até tocam o limite do engraçado. Mas "pai do povo" que vai passar seus "filhos" para a responsabilidade da "mãe do povo"? É demais. No meio disso cenas com o atual Presidente olhando para o horizonte, com a sensação de dever cumprido, feliz e se dizendo seguro da escolha da candidata à presidência.

Se um pai passa os filhos para a mãe, o que eu vejo, em primeiro lugar, é uma disputa pela guarda dos filhos - é isso? Aliás, que história é essa de se auto intitular pai do povo? A figura aloprada do nosso Presidente + marqueteiros munidos da popularidade de Lula = alienação mental. Mãe do povo? Dilma é uma criatura: inventada, exposta e escondida sempre nos momentos mais convenientes. Não tem carisma. Claramente se perde no meio de suas entrevistas: parece que fala sem pensar. Ao contrário do que hoje se ventila, a escolha de Dilma para figurar como candidata à Presidência foi a última possível. Os figurões do partido foram caindo um a um e quem sobrou? Quem não se lembra do "mensalão", o "dinheiro não contabilizado"? Quem não se lembra das figuras sendo queimadas uma a uma? Ela foi a única que sobrou. A estratégia? Escondê-la. Quantas vezes isso aconteceu? Inúmeras: bastava colocar o nome da então possível candidata à presidência em algum enrolo e ela sumia. Sumia e outro assunto tomava conta das primeiras páginas - não a toa, imprensa. Dilma foi a útlima (única) opção.

Alguém se lembra do tal Getúlio Vargas, o pai dos pobres, e a política de exaltação da sua pessoa? Deu um tiro no coração, pois estava amargurado, em depressão, desgostoso com as críticas ao seu governo, somadas aos episódios políticos criminosos atribuídos a ele, direta ou indiretamente. "Interpretou" isso como uma injustiça sem tamanho contra o seu povo. Deu um tiro no peito, morreu pelo povo, "saiu da vida e entrou para a história". Esse foi o desfecho. Desde 2002 vem sendo escrita a história moderna desse intervalo temporal. O que acontecerá se a mãe do povo não for eleita?

Eu tenho pais e não são Dilma e Lula.

Até mais!

3 comentários:

  1. Como se o povo precisasse de pai e mãe. É o fim dos tempos.

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  2. Marcela Daltio:
    Léo, os programas eleitorais hoje são na verdade, "humor" (negro, óbvio), e os palhaços parecem que estão na frente da TV.

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  3. Leo,

    O país tem sido órfão ...

    Manoel Cabral

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