terça-feira, 13 de julho de 2010

Estratagema I

Há algum tempo venho pensando em até que ponto é possível separar os programas de governo e a propaganda feita pelas empresas que os instrumentalizam, isto é, que os colocam em ação, que permitem a sua realização. Logicamente eu não sou o primeiro a pensar nisso, óbvio.

A título de exemplo: Programa Minha Casa, Minha Vida. Após a criação da Lei nº. 11.977/2009 o que se observou foi a instauração de uma verdadeira “corrida imobiliária”. Nada mais natural, uma vez que o programa governamental concede subsídios para aquisição de moradia por famílias com renda mensal de até 10 (dez) salários mínimos.

Contudo, o que se observa no meio dessa corrida é a movimentação de uma forte máquina de propaganda, que utiliza praticamente todos os meios existentes: desde as grandes redes de televisão até panfletagem nas ruas de cada cidade. Atinge os certames mais miúdos das localidades. Não se olvide a internet.

As construtoras/incorporadoras desbravam um novo mercado, um novo público. O governo tenta fazer valer um direito constitucional. O cidadão adquire sua moradia, sai do aluguel, etc. etc. Mas até onde vai a propaganda governamental? Mais: até onde vai a propaganda do governo feita pelas empresas privadas? É um ponto bastante delicado.

É batido e até rebarbativo tocar neste ponto, mas estamos em ano eleitoral, e esta é a tônica do período. A Lei é recente. Teria algum objetivo reflexo? Ou em se tratando do “Governo Lula”, marcado pelo que atualmente se chama de “loteamento de cargos/funções” e massacre das instituições, é um objetivo direto? Não duvido que a segunda hipótese seja verdadeira, até arrisco nela. É lobo vestido em pele de ovelha.

Enfim, até que ponto o Partido dos Trabalhadores se beneficia da propaganda efetuada por particulares em razão dos programas de governo instaurados na sua gestão? Qual o limite disso? Bem, não existe vedação legal. As barreiras, neste caso, estão no plano do bom senso, da moralidade, da razoabilidade. Características que notadamente não se mostram como norte da atual Presidência. E quem freia a perspectiva de lucro das empresas particulares? Não seria o bom senso. É a famosa mão invisível que controla o mercado que está com esse poder de império. Mas é invisível, assim como todos os escândalos de corrupção ocorridos no seio do governo atual, ao menos para o nosso Presidente, que de nada sabe, que nada vê. Nuncaantesnahistóriadeztepaíz!!!

Até mais!

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