sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Rebaixamento das instituições

Interessante. Vejamos, em rápida e rasa síntese o que tem sido feito com as instituições brasileiras.


Em 2003 Lula assume a presidência do país. Começa o "aparelhamento" e o "loteamento" do Estado. Afinal, foram oito anos seguidos de FHC e o PT, agora situação, não iria conseguir de mão beijada a simpatia dos agentes dos Poderes da República. Nuncanahistoriadestepaíz se viu rifar tantos cargos de confiança, tantas pastas ministeriais. "Política é assim mesmo", como diria Arlete Brito, vereadora da Câmara de Cachoeiro de Itaperimirim cujo mandato foi cassado neste ano pela prática de Rachid em patente improbidade - por falar nela, ainda rola um processo no Judiciário que averigua a conduta ímproba da ex-vereadora e secretária, ou seja, ainda existem linhas para serem escritas nessa fábula.

Estoura o esquema do mensalão, em 2005. O esquema, que teve repercussão internacional, foi explicado por nosso presidente como um "dinheiro não contabilizado, não declarado" para esconder a expressão "caixa dois". A verdade é que toda a grana era usada para comprar o próprio Legislativo. Afinal, assim se faz política! Quanto orgulho da minha conterrânea! Então, é assim: a base governista entende que pode barganhar o Legislativo e o Legislativo entende que pode se colocar nessa situação. Uma das funções da República jogada no lixo. José Dirceu vai embora em âmbito oficial, pois o que se diz é que seu fantasma continua rondando os prédios públicos brasileiros. A turma tem medo do homem.

Já em 2006, quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa, ferindo de morte a Constituição Federal. O Estado brasileiro não consegue proteger o povo da própria mão do Estado. Cai Antônio Palocci, que já está pronto para retornar caso Dilma vença o pleito eleitoral! Aliás, quem seria o mais indicado para assumir a Casa Civil: Palocci ou Dirceu? S-E-N-S-A-C-I-O-N-A-L!

Programa de aceleração do crescimento, programa minha casa minha vida. O presidente Lula reclama e trata de forma pejorativa o trabalho dos Ministros do Tribunal de Contas da União, atribuindo ao TCU a responsabilidade pelos atrasos nas entregas das obras. Entendi: os atrasos não tinham como chaga as irregularidades, principalmente, na prestação de contas dos responsáveis pelas execuções das obras, mas sim no controle de fiscalização do TCU, que existe justamente para isso mesmo: evitar a esbórnia com o dinheiro público. Lula acha que o TCU atrapalha. A Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2011 cria "ladrões" para o governo gastar com mais facilidade e escapar do controle do TCU - um patente "cala-boca-quem-manda-aqui-sou-eu-e-que-se-dane-o-equilíbrio-de-poderes". O PAC, lançado a três ou quatro anos, não tem parcela satisfatória de suas obras concluídas. O calendário de inaugurações era grande, ano eleitoral, estatísticas, palanques, discurso para sindicatos de trabalharores. Dá para entender a irritação pessoal do presidente, mas isso não é maior que o Brasil.

Atualmente a quebra de sigilo na Receita Federal de parentes do presidenciável do PSDB. O caso é grave. É tocante a temas muito além de interesses eleitorais. O governo justifica o caso fundamentando que foram mais de três mil sigilos quebrados .O povo - espertão, malandro, sagaz, que não caiu de pára-quedas e nem chegou no time agora, que não é surfista -, entende e aceita, pois não existem motivos eleitorais, isso acontece com todo mundo mesmo. Eu já vi algo parecido, na época do dinheiro não contabilizado, quando o presidente justificou a bizarrice dizendo que isso acontecia em todos os partidos. Ah, sim, se acontece toda hora está tudo bem! Não interessa o corpo legal, a ética e a moralidade. Pode ignorar tudo isso se acontece toda hora, todo mundo faz. É muita hipocrisia. Esse é o povo de Lula.

Não bastasse tudo isso, em 07 de setembro, o presidente foi à TV e tratou tudo como futrica, que o "outro lado" estava desesperado por estar atrás nas pesquisas de intenção de votos no pleito eleitoral, que não tem amor pelo Brasil, que querem tirar o mérito de tudo o que foi feito na gestão, petistas, chororô, etc., chororô, ponto final. Isso se revela em um atentado à democracia. Para Lula existe aqueles que votaram nele e os que não votaram, enquanto que o presidente da República deve governar para todos os brasileiros, indistintamente, tratando-os de forma igualitária e pouco interessando que o tenham ou não o elegido - votanimim. Ora, por que não foi quebrado o sigilo do Lulinha, filho do presidente, que, do nada, tornou-se um grande empresário, coincidentemente com a ascensão do pai à Presidência? Seria futrica se isso acontecesse? Lula gostaria menos do país se externasse a sua indignação? Definitavamente, quando me propus a escrever em um blog, decidi que não iria transcrever palavras de baixo calão, mas aqui manifesto a minha vontade de fazê-lo e por questões de princípios não o faço. Eu tenho princípios, o que não posso garantir para nosso presidente.

De um modo figurado, a maior instituição de um país é o povo - e não falo aqui só dos miseráveis e marginalizados, falo de TODOS. Nem isso o presidente respeita. Acha que o governo é o quintal do seu partido e em uma abstração ainda maior acha que o governo é o seu partido. Nosso governo nas mãos dos petistas é um minus em relação ao PT. O partido é a instituição a se respeitar, a se proteger. Estamos na UTI, se ainda não perceberam. Caso consiga fazer o "controle social da imprensa", nome bonitinho para CENSURA, aí sim estaremos oficialmente em um regime de exceção. E quem terá escolhido isso? O povo brasileiro, esperto, sabichão, que não chegou agora, que não caiu aqui de pára-quedas, que não é surfista. O povo que o pai Lula tanto ama e protege das garras daqueles que não amam o Brasil. O povo, para Lula, tem sido uma mãe, essa é a verdade.

Até mais!

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